O vinho tinto é um vinho sossegado de coloração avermelhada e que tem grandes níveis de tanino, e tem sua elaboração feita impreterivelmente com castas tintas. Sem dúvida é a principal variedade de vinho consumido mundialmente com uma enorme variedade de estilos e características.
As Uvas
As uvas necessitam ser as certas e colhidas no período certo, nem muito verde ou muito maduras. Até porque você consegue produzir um vinho ruim com uvas boas, porém não faz um bom vinho com uvas ruins. Lembrando que são as uvas de cascas avermelhadas, azuladas e roxas que são as responsáveis pela fabricação dos vinhos tintos.
É importante dizer que os vinhos tintos finos são elaborados com uma variedade de uvas da espécie Vitis vinifera conhecidas como uvas europeias. Entre elas se destacam as: Cabernet Sauvignon, Merlot, Pinot Noir, Tempranillo, Sangiovese Barbera entre outras.
Como é feito o Vinho tinto?
Para iniciar a produção do vinho tinto se faz necessário espremer as uvas para que soltem o suco da polpa. Feito isto, o suco também conhecido como mosto é levado para o tanque de fermentação onde fica em contato com as cascas de uvas por um período de até duas semanas.
É a pele da uva que assegura as características como o sabor, o tanino e a cor do vinho, e quanto maior for o período em contato com a pele mais acentuado vai ser as características no vinho final.
Fermentação Alcoólica
Esta fermentação do vinho tinto é feita normalmente em tanques de aço inox, existem alguns produtores que fazem opção pela vinificação em madeira ou em ovos de cimento é de suma importância que a temperatura fique entre 20°C e 32°C.
Ao alcançar a quantidade que se deseja da cor e do tanino, é preciso separar o vinho do bagaço, neste ponto o vinho é escorrido para outro recipiente e passa a se chamar vinho flor ou vinho de gota. A sobra que ficou no tanque é prensada para retirada do vinho retido.
Este é o chamado vinho de prensa, um vinho com altos graus de taninos se houver a necessidade de prosseguir com a fermentação alcoólica os vinhos são separados e retornam para os tanques de fermentação até conseguirem o ponto ideal.
Fermentação Maloláctica
Neste momento é que cada vinho vai para seu recipiente de estágio. Estes recipientes podem ser barris de madeiras, tanques de aço inox ou ovos de cimentos. Normalmente é neste período que ocorre a fermentação maloláctica quando os ácidos málicos se convertem em ácidos lácteos pela ação de bactérias lácteas.
Este processo é feito para a diminuição da acidez do vinho tinto, produzindo uma bebida mais macia. No entanto, causa uma redução nos aromas primários.
Envelhecimento
No envelhecimento do vinho pode-se utilizar tanque de inox, barrica de carvalho e a garrafa, porém o tempo e a maneira de envelhecimento do vinho tem uma variação conforme a qualidade da uva a sua técnica de elaboração, do tipo, da estrutura, do corpo da bebida, da safra e do valor agregado que vai ter este vinho.
A fase do barril de carvalho é no momento que o vinho recebe aromas como cravo, café, baunilha, pimentas entre outros. Estão à disposição dois tipos de carvalho nas barricas o americano e o francês .
Em seguida vem o período da garrafa que feito o condicionamento do vinho tinto nas garrafas, elas são levadas para o setor de envelhecimento. Neste ambiente é necessário ficar escuro e fresco sem alterações de temperaturas e empilhadas na posição horizontal deixando a rolha úmida.
No Brasil não existe uma determinação por lei para um período obrigatório de conservação do vinho tinto, isto vai depender do tipo de vinho, alguns ficam somente alguns meses e outros ficam alguns anos.
Os vinhos mais jovens têm uma tendência a serem mais ácidos e refrescantes, no entanto os mais velhos ficam mais encorpados.
Os Benefícios do Vinho
Atualmente o vinho tinto vem recebendo uma significativa atenção para os benefícios de um consumo moderado, entre vários está a prevenção do câncer, redução do colesterol ruim, prevenção a formação de coágulos e ainda este consumo moderado ajudaria no combate a obesidade.
Tipos de vinho
O corpo dos vinhos (volume, peso ou estrutura verificados na degustação) é consequência de uma combinação de elementos naturais existentes nas uvas e acrescentado as técnicas de vinificação usadas.
O acúmulo de taninos, alto teor alcoólico, níveis de acidez e amadurecimento em barris e vários outros fatores ajudam na estrutura final da bebida.
VInhos Tintos de Corpo Leve
Sensível porém com qualidade, é um vinho com uma certa estrutura, normalmente em regiões onde o clima é mais frio existe uma tendência a produzir vinhos tintos de corpo leve e de uma forma geral são menos tânicos, mais ácidos, e com baixo teor alocoólico.
Vinhos Tintos de Corpo Médio
Estes vinhos estão na faixa entre os leves e os encorpados possuindo uma menor carga de tanino, acidez moderada e boa densidade, no entanto não chega a ser encorpado. Uma significativa parte dos vinhos produzidos se enquadra nesta faixa.
Seus aromas inclinam-se as frutas vermelhas da mesma maneira que os de corpo leve, são os mais versáteis no momento da harmonização.
Vinhos Tintos Encorpados
São vinhos vigorosos e profundos de grande estrutura no paladar ocupando completamente a boca. Contam com aromas primários de frutas negras e níveis altos de taninos e álcool. Pode acontecer que no começo sinta um certo desconforto e estranheza com a sensação de secura na boca de quem está iniciando a apreciar a bebida.
Tempo de Guarda
Esta é uma pergunta que está sempre em evidência, qual o tempo correto de guarda de um vinho? Isto vai depender de alguns fatores como acidez, concentração, taninos, vinificação etc. Porém basicamente a maioria dos vinhos são produzidos para serem consumidos jovens, para que suas características sejam desfrutadas ao máximo.
Este tempo gira em torno do terceiro ao quinto ano de produção, mas existem exceções como os tintos de Bordeaux, Brunello di Montalcino, Rioja que tem uma sobrevivência fácil para 10, 30, 50 ou até mais anos.
Temperatura
De uma forma geral os vinhos tintos são servidos em temperaturas que giram em torno de 15ºC e 17°C.
Harmonização
Existem alguns elementos que têm influência direta na combinação dos vinhos tintos com os pratos que são servidos são eles: acidez,o corpo e o álcool.
Carnes Vermelhas: As mais magras e delicadas, de preferência aos vinhos tintos menos encorpados. Os cortes com mais gordura (picanha e costela) de preferência para os tintos encorpados com uma boa quantidade tânica : Cabernet Sauvignon, Malbec ou Tannat.
Carnes Brancas: Neste tipo de carne é importante levar em consideração além da estrutura da carne de que forma ela foi preparada e o molho utilizado. A dica é simples quanto mais simples for a combinação mais leve o vinho deve ser.
Queijos Variados: Combinam com variados tipos de tintos
Os Queijos Brancos Macios e os Semiduros: Combinam muito bem com Pinot Noir, Beaujolais Nouveau e demais vinhos procedentes das uvas Gamay.
Os Queijos Duros: Podem ser consumidos degustando um vinho das uvas Merlot, Zinfandel ou Tempranillo.
Pizzas: As que têm queijo e molho de tomate combinam com os tintos de acidez alta e podem ser leves ou médios como os Chianti, Barbera ou Sangiovese.
Pizza com Frango: tem sua melhor combinação com os médios de acidez e taninos moderados.
Pizza de Calabresa: Ficam ainda mais saborosa com uma combinação com os vinhos tintos mais ricos como um Cabernet Sauvignon.
Peixes e Frutos do Mar: É necessário um certo cuidado porque os taninos dos vinhos tintos quando misturados com o iodo presente em alguns peixe e frutos do mar podem deixar uma sensação de amargor. Porém para que isso não aconteça escolha os tintos mais leves e com maior acidez com um Pinot Noir ou outro da uva Gamay.
Massas: Nas massas vai depender dos molhos. Os mais simples e com maior acidez vão ficar melhor com os vinhos tintos leves ou médios, com bastante acidez e taninos moderados.
Massas com Molho Cremoso: Por exemplo com quatro queijos é bom fazer opção por vinhos mais encorpados e com um pouco de acidez para balancear o sabor.
Massas com Molhos de Tomate Fresco: De preferência para rotulos leves e delicados que tenham sabores frutados e aromáticos.
Lasanha a Bolonhesa ou Macarronada com Almôndegas: Ficam excelentes com os tintos das uvas Merlot, Sangiovese Barbera.